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Entre um organismo e um sistema: uma colónia+info
9 a 19 JUL
De entre um organismo que cresce e se transforma todos os dias, a um sistema solar ao qual se vão juntando novos planetas, nós escolhemos submergir os sentidos no oceano que rodeia as fascinantes ilhas dos Açores, e criar um lugar complexo, um ecossistema que sustentasse todos os “divididos” que integram a edição deste ano. Desde a superfície, passando pela coluna de água, até ao fundo do oceano, a novidade das formas de vida, e da vida das formas, desafiam os limites da imaginação. O oceano apresenta-se como um terreno inspirador para nos libertarmos dos constrangimentos formais e inteletuais que o antropocentrismo coloca à imaginação. Os sifonóforos que são animais-colónia questionam a nossa compreensão do que é um indivíduo, a endossimbiose entre os corais e as zooxantelas, a própria plasticidade dos corais, em que indivíduos da mesma espécie podem ter formas muito diferentes entre si dependendo das condições do seu ambiente, ou ainda o parasitismo sexual (não é um bom nome, falta-lhe imaginação) como um peixe-diabo macho, que chega a ser 10 vezes mais pequeno que a fêmea, depois de a morder na barriga afim de procriarem, passa a partilhar com esta o mesmo sistema circulatório. A leveza transparente e beleza contorcionista das medusas, que se transformam numa amorfa matéria transparente quando fora de água, ou a qualidade mágica que é a bioluminescência.
À medida que os dias vão avançando e o sistema se vai complexificando, novos seres ou paisagens vão aparecendo, e algumas são tão avassaladoras que captam a nossa atenção por inteiro, por vezes os organismos são extremamente pequenos e temos que nos aproximar para perceber da sua dimensão, outros são gigantes, e no último dia temos um panorâmica do ecossistema que fomos construindo, a colónia.