SpY começou a atuar na rua enquanto ainda era adolescente em Madrid, durante os anos oitenta. Em meados dos anos noventa, sentiu que estava a superar o graffiti tradicional como meio de expressão e começou a jogar com as infinitas possibilidades que os arredores ofereciam aos seus sentidos.
O seu trabalho envolve assumir o controlo de elementos urbanos através da transformação ou da replicação, comentando sobre a realidade urbana e interferindo nos seus códigos comunicativos. A maior parte da sua produção surge da observação da cidade e de uma apreciação dos seus componentes, não como elementos inertes, mas como uma paleta de materiais que transbordam de possibilidades. A vontade do jogo, a atenção cuidadosa ao contexto de cada peça e uma atitude construtiva, não invasiva caracterizam, sem dúvida, sua performance. Como os melhores exemplos de arte pública, a participação de SpY forma um todo com seu contexto. É na fusão destes dois elementos, bem como no encontro casual entre espectador e trabalho, onde o núcleo da sua proposta é encontrado. Por esse motivo, não produz trabalhos para exposição em galerias e limita-se a expôr a documentação gráfica, que assume a forma de fotografias de grande porte.
As peças de SpY querem ser um parêntese na inércia automatizada da urbanização. São intenções escondidas em um canto para aqueles que querem se deixar surpreender. Repletas de partes iguais de ironia e humor positivo, parecem fazer com que o transeunte sorria, incitando a reflexão e favorecendo uma consciência esclarecida.
/Circuito de Arte PúblicaCo-comissariado com o KWY