O Walk&Talk regressa ao largo de São João com um Pavilhão Temporário assinado pelo Ilhéu Atelier, da dupla Rita Sampaio e Afonso Botelho Santos, que acolhe o público e se abre à cidade como palco principal e ponto de encontro e de convívio.
No início de 2020, o Walk&Talk lançou para selecionar um parceiro responsável pela conceção do projeto para o novo Pavilhão. O Júri, composto pela Direção Artística do W&T e Manuel Henriques da Trienal de Arquitectura de Lisboa, selecionou o projeto do Ilhéu Atelier, de entre 74 proposta submetidas, Devido à pandemia, o projeto transitou para 2022 e será agora construído no contexto da 11ª Edição do Walk&Talk, no Largo de São João, em Ponta Delgada.
Segundo os arquitetos, o Pavilhão “assume-se como uma performance”. O pavilhão altera-se e transforma-se ao longo do dia, de acordo com os diferentes momentos do festival, cruzando diferentes públicos. Este espaço, o ponto de partida do festival, materializa-se num volume único que assume a sua presença com todo o seu comprimento, em frente ao Teatro Micaelense. O pavilhão é aberto e não impõe um limite, dialoga e apropria-se do espaço público, sendo que o largo envolvente, o teatro e as suas escadas se tornam, eles próprios, partes integrantes do pavilhão.
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O pavilhão constitui-se por uma estrutura simples em madeira, numa sucessão de pórticos iguais, de fácil montagem e desmontagem. A sua produção é a primeira manifestação do festival, pela vontade de alcançar uma dimensão social, numa actuação onde se vê aliado o conhecimento e a mestria da carpintaria local, a força e o esforço comum para continuar a criar espaços de encontro. A repetição em série da estrutura resulta num espaço coberto com sequências de pilares intercalados e cortinas que se adaptam aos diferentes usos do pavilhão, no tom de azul que em tudo se refere aos Açores.
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O primeiro Pavilhão do Walk&Talk foi criado em 2018 e idealizado como uma estrutura temporária destinada a habitar o Largo de São João, junto ao Teatro Micaelense, no centro da cidade de Ponta Delgada. O Pavilhão recuperou a ativação do espaço público como eixo fulcral do programa do Walk&Talk, propondo um espaço alternativo, na sua forma e localização, e um palco para as principais dinâmicas do festival, como as conversas, performances, festas e concertos. Em 2019, o coletivo Artworks & GA Estudio apresentou o projeto selecionado âmbito da primeira edição de um concurso internacional de arquitetura, que envolveu vinte ateliers convidados e, além dos vencedores, teve como finalistas o atelier BUREAU e PMPG - Pedro Mosca & Pedro Gonçalves, Arquitetos. O projeto foi inspirado, no seu conceito e forma, pelo tradicional capote açoriano.