As narrativas de Sandra Rocha (Açores, 1974) oferecem, através de imagens, universos aquáticos e paisagens fictícias povoadas por jovens imberbes ou por animais singulares. Para a artista, o tempo é uma metáfora, e os cenários e as poses, estratégias para a criação de retratos encenados de uma humanidade feminina consciente da sua condição de perigo, impenetrável ao voyeurismo erótico masculino, absolutamente indisponível para ceder o seu lugar. Nas suas exposições mais recentes, destacam-se Estação Meteorológica (2018), no Arquipélago – Centro de artes contemporâneas dos Açores, Le Moindre souffle (2020), no CPIF – Centre Photographique d'Île de France, a sua primeira individual em França, Le Saut (2022), nos Encontros de fotografia de Arles e Da calma fez-se o vento (2023), no MAAT, considerada uma das melhores exposições portuguesas do ano pelo quotidiano Público e o semanário Expresso.