Raquel André colecciona coisas raras. Entre Lisboa, Ponta Delgada e Rio de Janeiro já coleccionou 90 amantes, pessoas de todas as nacionalidades, géneros e idades, que aceitaram encontrar-se com ela num apartamento desconhecido para ambos e, em uma hora, construíram uma intimidade ficcionada, capturada pela memória e por fotografias. As fotografias e os detalhes destes encontros são o conteúdo do espectáculo, que conta o que esta colecção de relações pode significar. O que estamos à procura quando encontramos alguém? Na era do e-mail, facebook, instagram, tinder e grinder, estamos todos hábeis a ficcionar intimidades. Postamos o que comemos, o que beijamos, onde vamos, o que pensamos e lemos, o que gostamos e não gostamos – tudo traduzido em views, likes e comments.
A colecção de Raquel é o resultado de uma obsessão pelo fascínio dos terabytes de informação que existem no minúsculo movimento do outro. É uma reflexão sobre intimidade que é explorada de um para um e amplificada em palco, tudo real e tudo ficcionado. Cada vez que a porta se abre para um novo amante, Raquel André cai no abismo que é o outro, e a ficção e a realidade confundem-se. Cada encontro é real. O flirt é real. A intimidade parece ser mais real do que ficcionada. E Raquel, coleccionadora obcecada, guarda cada encontro na sua colecção peculiar, efémera e infinita.
Conceito e Direção Raquel André
Co-Criação e Espaço Cénico Raquel André e Bernardo de Almeida
Colaboração Artística António Pedro Lopes e Fabíola Lebre
Em cena Raquel André
Música NOISERV
Sonoplastia Tiago Martins
Desenho de Luz Rui Monteiro
Co-produção Teatro Nacional D. Maria II (PT), TEMPO_Festival das Artes (BR)
Residência Artística Walk&Talk 2015 – Ponta Delgada, Citemor 2015 – Montemor-o-Velho
Parceria Largo Residências, ZDB, BV90
Apoio à Pesquisa de Mestrado de Raquel André
Bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian
Apoio Pontual 2015 Direção Geral das Artes, Governo de Portugal
Apoio à Tournée Abril 2016 Fundação GDA