Residências Artísticas
Equanimidade - Ânimo Inalterável
Projeto comissariado pelo Walk&Talk em coprodução com o Teatro Micaelense e o Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas
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Direção Artística Vânia Rovisco
Interpretação Beatriz Oliveira, Beatrice Cordier, Carolina Rocha, Francisco Belard, Sérgio Diogo Matias
Corpo coletivo Ana Viveiros Duarte, Diana Cordeiro, Tea Sculac, Sabrina Ramos
Assistente Dramaturgia e Interpretação Zé Luís C
Composição Sonora Jochen Arbeit
Desenho de luz Vânia Rovisco
Co-Produção Walk&Talk, Teatro Micaelense, Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas
Equanimidade - Ânimo Inalterável funde vários códigos de apresentação: dança, instalação, artes visuais, luz e paisagens sonoras. Na criação sonora, o músico Jochen Arbeit utilizou discursos e reflexões de artistas diversos: John Cage, Marina Abramovic, Lydia Lunch, Timothy Leary, Miles Davis, Tilda Swinson, Lee Scratch Perry e Laurie Anderson. Esta invocação de materiais, que se interlaçam entre si perante o espectador, instala-se no palco para ser escultura, cinema, música, movimento, divagação e reflexão que apela à sensibilidade de cada espetador. Os vários estados e histórias que produzem convocam necessidades e reflexões comuns a todos - são partilhas.
Dos corpos dos bailarinos constroem-se estruturas que existem para erguer ou furar sistemas de funcionamento e colaboração, manifestando-se as complexidades como simplicidades que nos rodeiam. São estruturas feitas por corpos encaixados em corpos, carregando corpos, sendo suporte para outros corpos e que juntos criam um espaço envolvente, o meio ambiente, o cenário, eventualmente a abstração.
Dos corpos dos bailarinos saem imagens que abrangem o coletivo, partindo incondicionalmente do indivíduo para mais tarde regressar à intervenção do grupo e em grupo.
Deixar que os ouvidos, os olhos e as sensações venham ter connosco para que em seguida, em conversa, cada um possa dar a sua presença. E essa, sim, é sempre válida como a do outro é válida. Assim também acontece em palco entre bailarinos e intérpretes, coreógrafa e músico, vídeo, luz e espaço. Tal como os materiais e médiuns, apela-se à co-habitação de texturas, pensamentos, narrativas não lineares, mas entendidas por si.
Mais do que atribuir sentido linear aos acontecimentos em palco, o trabalho da coreógrafa Vânia Rovisco apela incessantemente para a obra ser experienciada e não resolvida!