Paula Vieira é Doutoranda em Educação, Filosofia e Infância na Universidade Federal do Rio de Janeiro sob a orientação do professor doutor Walter Omar Kohan.
Mestre em Filosofia para Crianças pela Universidade dos Açores.
Professora de filosofia na Escola Básica e Secundária Armando Côrtes-Rodrigues, Vila Franca do Campo, Açores. Coordena, na mesma unidade orgânica, o projeto Filosofâncias: comunidades de investigação filosófica, que junta a filosofia e as crianças desde 2015.
As Filosofâncias são um espaço e tempo numa escola pública onde se acredita na força da ideia de juntar a filosofia e as crianças. Todas as semanas, na escola de Vila Franca do Campo, 500 infâncias de todas as idades congregam-se em torno das perguntas, no princípio de igualdade de inteligências. Se as repostas dividem as pessoas entre as que sabem e as que não sabem e, por vezes, envergonham quem não sabe ou quem erra, as perguntas são, talvez, mais democráticas e igualitárias. As perguntas deslocam-nos para o lugar do não-saber. Qual é o lugar da pergunta na escola? Qual é o lugar da pergunta na filosofia? Qual é o lugar da pergunta na infância?
As Filosofâncias são um espaço e tempo de encontro, de atenção, de escuta. Podem as crianças filosofar? Podem os adultos filosofar? Podem as crianças e os adultos filosofar numa escola? Que significa filosofar numa escola? O que significa afirmar que as crianças têm voz? As vozes das crianças têm todas a mesma importância? O que significa escutar as vozes infantis? Que significa reconhecer que é importante escutar as crianças? O que fazemos com o que elas nos dizem? O que pode acontecer quando as escolas criam espaços e tempos para que as crianças se expressem? Qual o alcance da escuta das vozes das crianças numa escola?