Joana Franco utiliza o próprio corpo, e assume a sua materialidade, para ensaiar ações, gestos e composições, que documenta para depois transformar e reconfigurar através da imagem, da pintura, da escultura ou do som, debruçando-se sobre a representação e confirmação do indivíduo.
Em de dentro de, propõe uma experiência fenomenológica dos sentidos, através de um processo permeado pelo conhecimento empírico que é apreendido pela ação performativa. O fazer como consequência do “estar” num espaço que a artista habita e constrói plasticamente, em simultâneo, surge e atua pela ideia de corpo inscrito e que inscreve sobre um campo visual interior/exterior. Esta relação dentro/fora existe tanto de forma figurativa como metafórica, e materializa-se numa estrutura cúbica - um ninho, no qual a artista trabalhou ao longo de vários dias. É a partir da presença e da experiência viva que se formula uma linguagem visual que traduz o intangível da experiência criativa, onde o campo interior funciona como área e matéria de execução, alheio a fatores externos. O cubo permite um acesso ao espaço “de dentro”, e assume-se na sala para evidenciar estas escalas, afetos e relações.