Há o ocaso e o nascimento do Sol. Todos os dias, em repetição, loop, sistema avançado de esconde e revela. Corpo estranho este, tão distante e tão próximo para o que nos é vital. Chamam-lhe astro-originador. É presença celeste, é divisor dos céus, é aglomerador de tudo. Feito de partículas quentes, eletrizantes, mais de milhares de milhões, que nos chegam de forma luminosa.
E depois há o resto, o que permanece, o que não sai do sítio porque tem peso e escala. Começa uma relação muito rara, entre aquilo que é residente e aquilo que muda todos os dias. Revelar-se e pôr-se todos os dias, é tão permanente quanto residir num lugar só. Solar foca-se no ritual diário. Entre os tons quentes que revela, a ousadia com que se compromete a ser a origem de tudo. A estar lá todos os dias, a entrar por nós adentro, sem nunca sair do seu lugar.