RELATÓRIO DE ATIVIDADES (pt)A Anda&Fala — Associação Cultural divulgou o seu Relatório de Atividades referente ao ano de 2024, que está agora disponível para consulta pública. O documento reúne e organiza as ações desenvolvidas ao longo do ano no âmbito da atuação da associação, apresentando uma reflexão sobre o plano de trabalho e a execução das atividades, com o propósito de indicar novos caminhos e possibilidades futuras.
Em 2024, no segundo ano do ciclo de financiamento quadrienal 2023-2026 do Ministério da Cultura/ Direção-Geral das Artes, a Anda&Fala deu continuidade à ampliação da sua equipa e à diversificação das suas colaborações, consolidando programas que atravessam diferentes disciplinas e geografias.
O Plano de Atividades contou com um total de 170 ações, mobilizando a participação de mais de 7 mil pessoas. A programação foi estruturada em torno dos seus projetos nucleares — o espaço vaga e a Bienal Walk&Talk, que se articulam com programas transversais à sua atuação: o Programa de Públicos, o Programa de Residências Artísticas, o Transmalhar, o Open Studios, a RARA, o PARES e o Prémio nova vaga.
A vaga, sede da associação, reabriu em abril, depois de obras estruturais no espaço, com a exposição
O que não sabes merece ser descoberto, uma celebração do percurso do Walk&Talk, marcando o lançamento do Catálogo
Walk&Talk 2011—2022. Entre junho e setembro focou-se numa reflexão sobre a importância do descanso e do cuidado coletivo, com a exposição
Dêtxate — Sobre a necessidade de descanso. No último trimestre, apresentou os resultados da 1.ª edição do Prémio nova vaga com a exposição
corpos magmáticos, destacando jovens talentos açorianos através de projetos inéditos desenvolvidos em residências artísticas.
O Walk&Talk continuou o processo de transição para um modelo Bienal, com várias residências artísticas e encontros que aprofundaram a pesquisa e o desenvolvimento das propostas curatoriais. O ano culminou com o kick-off em novembro, marcando o início do "Caminho para a Bienal", introduzindo os temas e abordagens que serão explorados de 25 de setembro a 30 de novembro de 2025, na ilha de São Miguel.
O programa Programa de Públicos continuou a expandir a rede de parcerias intersetoriais e a desenvolver projetos que promovem a interculturalidade, a intergeracionalidade e a interdisciplinaridade, como a escola vaga, e iniciativas como o microfestival Laranjeiras em Flor (2ª edição) e a Feira Gráfica (4ª edição).
O Transmalhar, projeto de educação pela arte que explora a arte como ato cívico, consolidou-se como uma plataforma de cocriação artística e reflexão sobre a relação entre o indivíduo e o território. A primeira fase envolveu jovens residentes na ilha, com idades entre 12 e 18 anos, que colaboraram com artistas e coletivos nacionais e internacionais, além de associações locais, fortalecendo laços comunitários.
O Open Studios, realizado pela primeira vez em setembro, percorreu ateliers de artistas, criadores e galerias independentes na ilha de São Miguel, ao longo de 10 dias. Promoveu um ecossistema de colaboração e troca, conectando espaços de criação com o público e fortalecendo redes de cooperação entre artistas e instituições.
A RARA, iniciada em 2014 no contexto do Walk&Talk, continuou o seu processo de transição para uma marca própria que comercializa objetos resultantes da colaboração entre artesãos açorianos, designers e artistas, procurando inovar e valorizar o artesanato contemporâneo nos Açores. Em 2024, além de realizar a 10ª edição da residência em São Miguel, expandiu as suas atividades internacionalmente, participando pela 2ª vez no Lava Circular — Circuito Cultural Interdisciplinar, na ilha de El Hierro, Canárias.
A 7ª edição do PARES destinou 7.500€ do orçamento anual da associação para apoiar artistas e agentes que desenvolvem o seu trabalho na região, através da atribuição de bolsas de micro financiamento.
O Programa de Residências Artísticas manteve-se como um espaço de experimentação e inovação, integrando residências realizadas no âmbito das Temporadas da vaga, do Walk&Talk e acolhimentos decorrentes de colaborações estratégicas com entidades nacionais e internacionais. Focou-se na criação inédita e experimental nos Açores, explorando novas linguagens artísticas e fortalecendo a diversidade de práticas, ao mesmo tempo que promoveu diálogos interdisciplinares entre artistas, investigadores e agentes locais.
O ano de 2024 consolidou a posição da Anda&Fala enquanto plataforma/estrutura central para a promoção e valorização da criação artística nos Açores. A associação reafirmou o seu compromisso com práticas colaborativas e sustentáveis, aprofundando o impacto dos seus projetos no ecossistema cultural local e internacional.