Residências Artísticas
Cortado por todos os lados, aberto por todos os cantos
COPRODUÇÃO
Estreia no Festival Alkantra junho 2018 / Teatro Nacional D. Maria II
Apresentação no Walk&Talk 2018 / Teatro Micaelense
Concepção e Direção Artística Gustavo Ciríaco
Assistência de Direção e Dramaturgia Catalina Lescano
Intérpretes e Colaboradores Ana Trincão, André Loubet, Diana Narciso, Gonçalo Egito, Gustavo Ciríaco, João Estima, João Grosso, José Neves, Lúcia Maria, Manuel Coelho, Paula Mora, Rita Delgado, Rodrigo Andreolli, Sara Inês Gigante, Sara Zita Correia, Tiago Barbosa
Participação especial Carla Gomes
Figurinos Sara Zita Correia
Cenografia Sara Vieira Marques
Desenho de Som Bruno Humberto
Desenho de Luz Tomas Ribas
Direção de Produção e Comunicação Jesse James
Produção Executiva Catalina Lescano
Coprodução Teatro Nacional D. Maria II, Alkantara Festival , 23 Milhas - Ílhavo, Walk&Talk - Festival de Artes
Apoio à Residência Teatro Micaelense, O Espaço Do Tempo, DEVIR CAPA Centro de Artes Performativas do Algarve
Residência de Investigação Unicamp - Universidade Estadual de Campinas, através do programa Artista em Residência
Projeto apoiado pelo Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes
Cortado por todos os lados, aberto por todos os cantos, nova criação
de Gustavo Ciríaco, convida o público a uma jornada rapsódica pelos
territórios que configuram o teatro como espaço cénico, sociológico
e arquitectónico e o tangenciam com o mundo que corre em suas
imediações. Pensada como uma peça site-specific, Cortado por todos
os lados, aberto por todos os cantos,, é uma tour itinerante pelo
teatro enquanto escultura expandida, como campo de posicionamento,
encenação e manipulação do real, em que o lugar de onde o espectadorvisitante
vê algo, constrói-lhe a apreciação, imaginação e o seu próprio
teatro em deambulação.
Como uma escultura, onde o corte é via de acesso a uma fruição e a uma
conversa com o seu entorno, o teatro é este lugar múltiplo que acolhe
pessoas em diferentes plataformas de interacção e distintos agentes em
operação. À guisa das esculturas relacionais dos minimalistas, Donald
Judd e Robert Morris, onde havia a inclusão de elementos de apelo
interactivo, o projeto pretende descolar os elementos de criação de
teatralidade para outros espaços e dispô-los como provocadores de
performatividade. Uma espécie de teatro explodido, onde o público
ativa e é ativado pela sua posição no espaço, pelo seu ponto de vista. Um
teatro é re-esculpido com os elementos que o distinguem, desenham e
tornam concreto.
Os tableaux vivants, ou quadros vivos, foram uma forma de
representação teatral popular no Séc. XIX. Neles, no espírito de imagens
que se movem, um grupo de atores em pose reproduzia um quadro
gradualmente animado, tal uma imagem estática em decantação. Com
a participação de voluntários locais em laboratórios de criação durante
a pesquisa e posteriormente durante a vida do espetáculo, este recurso
será usado como modo de resgatar imagens icónicas da memória das
artes performativas portuguesas, e reactualizar coletivamente essas
experiências que marcaram tanto a ida ao teatro no contexto local e
nacional. Verdadeiros pontos de inflexão entre o presente e o passado,
com a cumplicidade do público, um arquivo das artes do palco é
atualizado e dado sequência.
O projeto prevê nesse sentido a participação na criação de um elenco de
5 performers (atores e bailarinos) e a convocatória de 15-30 voluntários
locais, habitantes e/ou frequentadores das imediações do teatro de
acolhimento e interessados em artes performativas. De modo semelhante
a como fazemos o movimento do teatro sair do seu centro em direção à
sua periferia espacial, a idéia de realizar laboratórios em associação com
iniciativas de sensibilização do público, de aperfeiçoamento profissional
ou inserção social é acolher agentes da periferia dos contextos de arte
para explorar a idéia de “fazer teatro” como centro de relacionamento
com o seu entorno e o mundo. Ao mesmo tempo, cria-se atenção para a
zona intersticial entre a ficção e a sua matéria quotidiana, entre o espaço
de dentro e o fora de um teatro.