Bumerangue é uma performance sobre o tempo, o corpo e a ilha.
Comecei minha arte nas ruas da ilha verde.
Emigrei em setembro de 2012, depois da primeira Pride.
Nessa altura tateava esse meu jeito de amar diferente e Portugal atravessava uma crise económica histórica.
O tempo passou.
Eu mudei.
A ilha também.
Quero explorar o corpo-ilha, esse corpo detentor de fronteiras permeáveis em constante mudança - a pele, o mar, o ar e cartografar o tempo.
Contorno em permanente definição. Periferia dentro da periferia. Aprendi a ser fragmentada.
Recorrendo às memórias pessoais e coletivas, à fotografia, à escrita e à dança, pretendo cartografar as metamorfoses que o tempo da emigração provocou no meu corpo e neste canto de onde sou nativa.