sessão cinema
Sessão de videoarte com FUSO INSULAR - Laboratório Imagem em Movimento 2020+info
05 nov / 19H
A vaga junta-se novamente ao FUSO INSULAR, desta vez para a apresentação de duas sessões de videoarte, resultantes do Laboratório Imagem em Movimento - um programa de residências dedicado à criação de obras em vídeo, que cruza linguagens do filme experimental, da performance, da fotografia e do cinema.
A primeira sessão inclui os projetos resultantes do Laboratório Imagem em Movimento 2020, que contou com orientação teórica de Daniel Blaufuks, acompanhamento de André Laranjinha e participação de Gregory Le Lay, Pedro Páscoa, David Meireles, Sara Leal, Mário Roberto e Sara Massa.
Mais sobre os projetos de videoarte:
MILK SHAKE, Gregory Le Lay, 2020, 3'28''
Como é que o homem organiza, constrói, adapta um território às suas necessidades humanas ou, pelo menos, às necessidades económicas? A indústria leiteira que tem um forte impacto na paisagem açoriana é a base estruturante do projeto. MILK SHAKE é um olhar crítico sobre essa atividade onde não existem “vacas felizes”, sobre a instrumentalização corporal, a inflação e a realidade económica.
IRMÃ MAÇÃ, Pedro Páscoa, 2020, 6'
Irmã Maçã é uma adaptação/interpretação surreal de uma história infantil de temática debatível nos padrões de hoje em dia. Conta a história de uma criança que começa a lidar com a ideia de que os seus pais abortaram a sua irmã. Pertence, a meu ver, a um género de temas cada vez mais evitados para abordar em histórias direcionadas para a camada mais jovem.
TELEDESCONTROLO, David Meireles, 2020, 4'28''
O vídeo foi realizado centrando-se em três temas principais: o conceito de teletransporte, o portal e a viagem no espaço. Neste vídeo também houve uma busca de “ritmo desorientado”, de modo a criar um efeito de enjoo no espectador. A personagem tem na mão uma “máquina”, desde o início, e esta fá-lo entrar numa viagem através de portais inesperados e sem controlo algum. Através das transições criadas, o protagonista atravessa portais que o levam de plano em plano sem um contexto linear ou propositado.
FAKE PLASTIC FLOWER, Sara Leal, 2020, 10’
Perante o exercício proposto, o de fazer um filme no âmbito de uma residência, pergunto: que objecto me faz sentido contar e filmar?
Penso. Procuro. Olho na rua. Olho-me. O que faz sentido, hoje, dizer?
Que personagem, real ou ficcional, pode interessar?
Penso numa questão clássica de entrevista, como se a mim me estivesse a inquirir:
- Se pudesse conhecer alguma personalidade, da esfera pública, que já morreu, quem seria?
Um monólogo que resulta numa conversa enigmática sobre o processo criativo.
O MEU REINO JÁ FOI UM CAVALO, Mário Roberto, 2020, 5'
Pai e filho, tatuam, um no outro, o cavalinho das suas infâncias.
Reflexão sobre a fugacidade da vida e as marcas que ficam no corpo e no espírito; de como a memória nos afeta ao longo da nossa existência. Esse ritual entre os dois homens, constitui uma nova memória nas suas vidas.
É SÓ UM CISNE NEGRO, Sara Massa, 2020, 3'27''
Este vídeo tem o objetivo, através do exagero e dramatismo, expor as pessoas que, ao acordar depois de um sonho ou pesadelo ficam obcecadas com o significado deste e tentam encontrar explicações lógicas. Um processo de conceção de um cisne negro num filme mudo a preto e branco contrasta com um áudio com uma linguagem jovial, que mesmo em micaelense, funciona universalmente como uma música de fundo para quem não entende.